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Ontem, eu e a família do-ré-mi fomos sem pestanejar ao showzaço gratuito do Joe Satriani, um dois mais rápidos guitarristas do mundo - além de seu histórico como professor de guitarristas brilhantes como Steve Vai ( que se tornou grande amigo), Kirk Hammett, Alex Skolnik ( Testament), entre outros. No Parque do Ibirapuera ( SP), em noite de lua cheia e um frio aconchegante, milhares de pessoas cercaram o auditório do parque para prestigiar o guitarrista americano que é colecionador de Grammys e já vendeu mais de 10 milhões de cópias de seus discos. Nos últimos tempos acompanho um pouco de longe sua carreira, mas nos anos 80/90 fui ferrenho ouvinte de suas pirotecnias estonteantes, primeiro no disco "Surfin with the Alien" de 1987, que deixou todo mundo de queixo caído na época, menos Steve Vai, seu ex-aluno, conhecedor de seu virtuosismo na guitarra e por isso mesmo responsável por divulgar Satriani sempre que possível em entrevistas, o que ajudou-o a conquistar sucesso depois de pelo menos dez anos na labuta. Além desse petardo que estampava na capa o próprio Surfista Prateado de Stan Lee e John Buscema, ícone dos quadrinhos sessentistas, talvez o disco do homem que eu mais ouvi/gastei a agulha foi o de 1992, The Extremist, cheio de nuances e climas e um dos projetos de sua carreira mais festejados pela crítica. Joe Satriani tem estilo próprio e mistura em seu caldeirão tudo o que tem direito - jazz, blues, funk, heavy, progressivo - e ontem, além de seus clássicos ( "Crushing Day"; "Always with Me, Always With You"; "Summer Song"; "Friends") tocou Hendrix e um número muito próximo de ser chamado de baião. Um show gratuito com duas horas de duração em que o protagonista tocou com muita disposição - lembrando que ele completou 61 anos em julho! - esbanjando felicidade enquanto esmerilhava suas três ( quatro?) guitarras na apresentação, ao lado de sua banda competentíssima. Quem estava lá pôde presenciar: depois de exaustivas músicas com quatro minutos ou mais, o guitarrista não apresentava nenhum sinal de cansaço, sequer presença de suór ( vejam fotos dele de quinze anos atrás - ele também não envelhece!!), o que me faz acreditar que ele possa ser um "alien". Pra tocar guitarra desse jeito, bem provável!
No final apoteótico do show, que durante toda a sua duração contou com efeitos visuais estonteantes vindos do telão, Satriani pediu para o guitarrista Artur Menezes, brasileiro radicado nos EUA que fez com sua banda uma perfeita abertura, subir ao palco para ajudá-lo em um blues de alta voltagem. No fim fez um gesto de retribuição à reverência explícita do jovem instrumentista, o que prova sua falta de esnobismo. O professor estava lá para divertir a plateia e se divertir também. Conseguiu.
Abaixo, fotos da apresentação ( e a íntegra de "The Extremist", para recordar)
https://www.youtube.com/watch?v=yxIM312iBWU
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