2 de maio de 2019

Beth Carvalho (1946-2019)

Beth Carvalho sempre foi trilha na minha vida. Desde pequeno cantava e assobiava seu repertório e na juventude, sempre que dava, enfiava uma "canção cantada pela Beth" ( assim como composições de Gilberto Gil e Benito di Paula) nas rodas de violão, que depois se estenderam para os karaokês em festinhas. Beth Carvalho é daquelas que extrapolam a própria atividade artística e viram algo muito maior e perene. Se como intérprete ( e instrumentista) estourou nos festivais e foi responsável por descobertas e levantes no samba nunca d'antes - trouxe o Nelson Cavaquinho para os holofotes, foi a que mais gravou sambas da velha guarda da Portela, gravou Cartola desde sempre (e muitos outros da sua querida Mangueira), procurou novidades e deu sustentação e base com seus discos para a entrada em cena do pessoal do Cacique de Ramos e também para provar de uma vez por todas que São Paulo faz samba bom também, a chamada "madrinha do samba" também foi das que empunharam a bandeira das mulheres, das minorias, da política igualitária. Por tudo isso, cortou o coração vê-la no último ano de atividade precisando fazer shows em cima de uma cama, por conta de um problema grave de coluna. Bem ela que nunca baixou a guarda pra nada. Beth então partiu desse mundo, certamente para poder cantar de novo altiva, forte, absoluta, de preferência num quintal além, repleto de bambas do samba. Pois foi esse retrato exato que ela deixa para a posteridade e para nós, órfãos de seu samba de paixão e emoção latente. Por isso, cantemos e escutemos daqui para adiante e sempre, os hinos que ela fez eternos em sua interpretação única: Andança; Coisinha do Pai; Folhas Secas; Saco de Feijão; O Meu Guri, Vou Festejar; Chorando pela Natureza, O Mundo é um Moinho, As Rosas Não Falam, Gotas de veneno, A Chuva Cai etc, etc. https://www.youtube.com/watch?v=wSjelkRuK8U

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